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sábado, 30 de abril de 2016

Masturbação infantil: como lidar com a descoberta dos órgãos sexuais pelas crianças?


Por Valéria Mendes 

“Mamãe, tenho que te contar um segredo: mexe lá na perereca para você ver o tanto que é gostoso”. A frase é de uma menina de 5 anos. A mãe, que não será identificada, conta que achou engraçada a ingenuidade da filha. A solução que encontrou foi orientá-la a ter cuidado para não se machucar já que, por ter a pele sensível, a garotinha ainda usa pomada contra assadura. A dificuldade do adulto em lidar com cenas da masturbação infantil ou atos de interesse nos genitais de outras crianças está marcada pela carga cultural que envolve a sexualidade. “O prazer do adulto está além do físico, a excitação passa pela fantasia. Para a criança, é apenas uma experiência sensorial: ela descobriu que é gostoso e vai repetir”, explica a psicóloga e doutoranda em educação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Anna Cláudia Eutrópio B. d’Andrea.

Ainda assim, não é raro que os pais se assustem quando confrontados com a questão. Muitos podem relutar em admitir o que estão presenciando, talvez por não se lembrarem de situações semelhantes já vividas no passado. Mas um teste rápido é capaz de comprovar que o interesse pelos genitais não é fato isolado. Experimente perguntar às pessoas ao seu lado se elas se lembram de algum episódio durante a infância de brincadeiras sexuais consigo mesmas ou com pessoas próximas. No teste da repórter na redação, dois episódios logo surgiram.

No primeiro, um estudante de 7 anos que encontrou dois coleguinhas sem calças na hora do recreio e chamou a professora imediatamente. Não porque intuiu alguma “coisa errada”, mas por que queria brincar naquele lugar. No segundo, uma filha avisou ao pai que assistia à televisão: “vou ali no quartinho e não quero que você entre lá”. Obviamente ele foi atrás e encontrou a filha pelada em cima do irmão mais velho, também uma criança sem roupas.

Psicóloga, professora da PUC Minas e coordenadora da educação infantil da escola Balão Vermelho, em Belo Horizonte, Adriana Monteiro reforça a importância de o tema ser compreendido como uma curiosidade natural da criança. “É uma forma de exploração corporal como colocar a mão na boca, a semente do feijão no ouvido ou morder o coleguinha para poder conhecer o corpo do outro. Quando descobre os órgãos genitais, a criança vai sentir prazer na descoberta e insistir no comportamento”, salienta. Para Adriana, uma das grandes dificuldades está no fato de as escolas não saberem lidar com o tema e terem uma abordagem mais moralista.

Abordagem

Pesquisadora em educação em sexualidade, Anna Cláudia observa que a menina de 5 anos já compreende que o “mexer na perereca” é da intimidade quando usa a palavra segredo para contar à mãe sua descoberta. Nesses casos, fica mais fácil ajudar os pequenos a compreenderem que o toque nos órgãos sexuais não é para ser praticado na frente das pessoas. Mas e quando é uma criança de 2 anos? Apesar de existirem marcos do desenvolvimento infantil, os pais precisam sempre lembrar que cada criança é única e tem o seu tempo para descobrir e entender o mundo ao seu redor.

Considerando esse aspecto, Adriana Monteiro afirma que nessa idade é raro a masturbação ser um hábito frequente que necessite uma intervenção. “O que a gente faz é chamar a atenção da criança para outra ação sem repreendê-la”, diz.

Para Anna Cláudia, os adultos educam sexualmente não só com o que eles falam, mas também com o que não é dito. “A criança é uma esponja e percebe mais coisas do que o adulto consegue notar que ela percebe”, lembra. Ela recomenda – nos casos de a masturbação acontecer em público – que os pais façam a interdição em particular. “Se é da intimidade, a abordagem tem que ser de forma íntima, senão, o adulto estará transmitindo uma mensagem paradoxal”, pontua. Uma dica importante é usar o adulto como um espelho para ajudar a criança a compreender a orientação. “Você vê o seu pai fazendo isso na frente das pessoas?”, pode ser uma comparação a ser utilizada.

Prevenção

O que esses meninos e meninas precisam entender é que o pênis e a vulva são partes do corpo para serem lidados quando eles estiverem sozinhos. Esse recado ajuda as crianças a irem percebendo que o corpo é exclusividade delas. Dessa forma, os pais estão trabalhando, inclusive, a prevenção. Anna Cláudia reforça: “As crianças não se excitam. A experiência é exclusivamente sensorial. O problema está no olhar do adulto para a sexualidade infantil. O adulto erotiza e enxerga coisa que não tem”.

Insistência

É consenso entre especialistas que bater, xingar, reprimir não é o caminho para tratar a masturbação na infância, mesmo se o comportamento for insistente. Adriana Monteiro diz que a criança não entende que, moralmente, o comportamento em público não é bem aceito. “Em ambiente privado, os pais precisam dizer que é algo para se fazer quando estiver sozinho, no banheiro ou no quarto. O que o adulto precisa fazer é dar a noção da intimidade. Se a criança insiste, a conversa precisa se repetir”, sugere.

O artifício que a educadora utiliza na escola é chamar a criança em ambiente privado, reconhecer a vontade que ela tem em repetir o ato e fazer um combinado: “todas as vezes que você fizer esse tipo de brincadeira vou te ajudar a lembrar de outras brincadeiras”. Adriana diz que crianças de 3 e 4 anos conseguem manter o acordo.


“Os adultos educam sexualmente não só com o que eles falam, mas também com o que não é dito” – Anna Cláudia Eutrópio B. d´Andrea, doutoranda em educação em sexualidade da UFMG

Excesso

“O que difere a normalidade da patologia não é a qualidade, é a intensidade. Todo mundo sente as mesmas coisas, mas a patologia está no excesso”, afirma a psicóloga Anna Cláudia. Para ela, o que os pais precisam observar é em que situação a masturbação acontece. Novamente ela insiste: “A primeira tarefa é olhar sem julgamento. Acontece antes ou depois do quê? Como está o estado emocional da criança?”, sugere. Para Adriana Monteiro, o exagerado “é só querer fazer isso e nada mais. A criança pode até desviar a atenção para outra coisa, mas retorna à masturbação”. Nesses casos, a família deve procurar um atendimento especializado.

Questões de gênero

Outra questão que envolve a masturbação infantil é a diferença da abordagem para meninos e meninas. Para Anna Cláudia, a família costuma enxergar a masturbação do garoto como uma experiência de maturidade. No caso das garotas, muitas vezes o acesso ao próprio corpo é negado. “A educação sexual da menina ainda está focada na função de dar prazer ao homem e não no prazer dela mesma”, afirma. A especialista diz que já passou da hora de as famílias educarem os meninos para respeitar o corpo das meninas.

Adolescência

Para os adultos que já são pais e mães de adolescentes, o desafio da educação sexual é a família se abrir para conversar sobre as emoções dos filhos e filhas. “Discutir sexualidade não significa falar de gravidez e camisinha. Os pais focam no discurso preventivo e não acolhem as experiências que estão no nível das relações. Meninos e meninas querem falar de afeto, ciúme, machismo, padrão estético de beleza. Começar uma conversa com camisinha não vai dar liga. Não é disso que eles querem falar, não é isso que os inquieta”, afirma a psicóloga Anna Cláudia.

Uma sugestão que a especialista recomenda aos pais de adolescentes é o Manual de Educação em Sexualidade da Unesco, ‘Cá entre nós: Guia de Educação Integral em Sexualidade Entre Jovens’.

Livros podem auxiliar pais

A psicóloga Anna Cláudia Eutrópio B. d’Andrea indica alguns livros infantis que abordam os três temas de maior curiosidade da criança: as diferenças dos corpos de meninos e meninas, como o bebê entra e como o bebê sai.

Os pais devem se atentar para a habilidade de leitura e do desenvolvimento da criança. A dica principal é: responda na medida dos interesses deles. A leitura é recomendada para crianças entre 7 e 8 anos.

“Mamãe, como eu nasci?”, de Marcos Ribeiro, aborda o tema da masturbação infantil e é um livro com maior volume de textos. Em linguagem infantil e com ilustrações que auxiliam o entendimento dos pequenos, explica a diferença entre os corpos masculino e feminino, como acontece a relação sexual, o que é gravidez e até os tipos de parto.


De Thierry Lenain e ilustrações de Delphine Durand, o trio “Ceci quer ter um bebê”, “Os beijinhos de Ceci” e “Ceci tem pipi?” aborda os três grandes temas de curiosidade das crianças, mas desconstrói os estereótipos de gêneros. Em “Ceci tem pipi?”, Max se vê diante de um dilema: se Ceci não tem pipi, como ela pode ser tão forte?


De Babette Cole, “Mamãe nunca me contou” aborda temas que despertam a curiosidade das crianças, mas que as respostas demoram a chegar. Em “Mamãe botou um ovo”, os pais são confrontados pelos próprios filhos nas metáforas que usam para explicar de onde vem o bebê: “Nós achamos que vocês não sabem como os bebês são feitos de verdade. Então, vamos fazer uns desenhos pra mostrar como é”. A frase é proferida pelo casal de irmãos que dá uma “aula de sexo” para o pai e a mãe.

A TRISTEZA PERMITIDA


Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?
Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.
Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.
A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.
Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.
“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down…” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.
Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.
Martha Medeiros é jornalista e escritora brasileira
A crônica transcrita acima, faz parte do Livro “Doidas e Santas”

O que acontece na cabeça do fumante?



Várias das mais de 3 mil substâncias que compõem um cigarro são prejudiciais à saúde. A dependência, no entanto, é criada essencialmente pela nicotina. Após a inalação da fumaça, ela chega ao pulmão e, dele, atinge o sistema circulatório e o cérebro, em poucos segundos. Na membrana das células nervosas, a nicotina se liga aos receptores de acetilcolina (nAChR), iniciando assim uma cascata de sinais, o que desencadeia atividade elevada no núcleo accumbens e na área tegmentar ventral (veja imagem). Essas são importantes regiões do sistema de recompensa neuronal. O núcleo accumbens libera grande quantidade de dopamina – que transmite as sensações de desejo durante o ato de comer, durante o sexo ou consumo de drogas. O fumo frequente modifica esse mecanismo, pois os neurônios reagem aos fluxos regulares de nicotina formando mais receptores de nAChR. Isso inicialmente faz com que o efeito da substância que causa dependência seja reforçado. Com a abstinência, surgem então os sintomas causados pela falta da nicotina.
A força de vontade na hora de parar com o cigarro é tão importante porque  somente depois de cerca de um ano sem nicotina a quantidade de receptores de nAChR retorna ao nível do de um não fumante. Nesse período é registrado o maior número de recaídas. No entanto, o fato de ser tão difícil manter-se abstinente não está ligado apenas às modificações das células neurais; os estímulos do ambiente são decisivos, e mesmo depois de anos a tentação de fumar pode continuar muito forte em situações típicas – como ao beber uma cerveja com amigos ou diante de uma máquina de vender cigarros.
A pesquisadora Amy James e seus colegas da Harvard Medical School em Belmont, Massachusetts, estudaram o efeito dessas tentações sobre o cérebro dos fumantes. Os cientistas mostraram a mulheres fumantes que queriam deixar esse hábito, alternadamente, imagens de cigarros e de objetos neutros, registrando paralelamente a atividade cerebral por meio de tomografia por ressonância magnética funcional (TRMf). Então iniciou-se a desintoxicação apoiada por uma combinação de substituição da nicotina e terapia comportamental. Resultado: 12 das 21 participantes permaneceram abstinentes até o término da fase de tratamento de oito semanas. As imagens de seu cérebro mostraram que algumas regiões reagiam mais intensamente aos objetos associados ao fumo naquelas que sofreram recaída do que nas suas companheiras abstinentes: entre elas, o chamado córtex insular que dirige nossa atenção para situações internas – por exemplo, a necessidade de fumar.
Os pesquisadores observaram ainda atividade aumentada na parte dorsal do córtex cingular anterior (dACC, do inglês dorsal anterior cingulate cortex). A área também é importante para dirigir a atenção, pois ela normalmente controla os impulsos que surgem no córtex insular, inibindo-os.
Inicialmente, parece improvável que o dACC fique mais acelerado justamente naqueles que sofreram recaída. Amy e seus colegas explicam a questão com outra observação: os neurônios do córtex cingular anterior e o córtex insular trabalhavam de forma menos sincronizada nos afetados do que nos abstinentes -– o que indicaria uma ligação mais fraca entre as duas áreas. Para manter o controle comportamental, o dACC provavelmente teria de elevar sua atividade. Assim, é muito importante para aqueles que pretendem deixar de fumar manter-se, justamente no início do tratamento, longe de estímulos desencadeadores do desejo de acender um cigarro.

 Fonte: https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4274139213395044727#editor/target=post;postID=5055412441331707491

Maus-tratos psicológicos: as pancadas invisíveis doem mais

 

Identificar os maus-tratos é fácil quando se trata de algo físico, mas e os maus-tratos psicológico? Estes são difíceis de perceber. Trata-se de uma dor “silenciosa” na qual tudo fica entre duas pessoas, enquanto todo mundo se mantém na ignorância.
Os maus-tratos físicos se combinam com os psicológicos. Inclusive nos atreveríamos a dizer que pode haver maus-tratos psicológicos sem maus-tratos físicos, mas não pode ocorrer o contrário, já que o abuso físico também causa uma dor psicológica.
“Os maus-tratos psicológicos são os que destroçam completamente as pessoas. Ou o assédio, sentir-se vigiado, não se sentir querido. Também é muito doloroso um silêncio, uma olhar frio, um olhar depreciativo”
-María José Rodríguez de Armenta-
O agressor sabe que a sua palavra tem o poder. Por isso faz uso dela. De fato, os maus-tratos psicológicos são muito mais eficazes do que os físicos. Eles deixam uma marca, problemas que irão perdurar no tempo.
São muitas as pessoas que afirmam que estas pancadas invisíveis doem muito mais do que qualquer golpe físico. Muitos preferem uma surra do que vários anos dedicados a superar os problemas internalizados por causa dos abusos psicológicos.

As suas palavras me machucam

Os maus-tratos psicológicos implicam palavras que ferem, degradações, desprezo… Tudo isso em princípio pode ser muito sutil, para que a pessoa maltratada não perceba e pouco a pouco vá entrando no jogo de quem lhe trata mal.
A pessoa está procurando o poder de submeter a outra pessoa, sem que esta seja consciente disso. Você quer aprender a detectar este tipo de pessoa? Tenha em mente estas características:
  • Insulta, grita, ridiculariza e menospreza, fazendo você sentir que não vale nada, que a sua vida em si não vale nada. O faz de tal forma que inclusive você se sinta agradecido por ter alguém que esteja com você apesar disso.
  • Tem ciúmes excessivos e controla você o tempo todo. Você é a sua possessão mais valiosa e ao mesmo tempo a mais desprezada, uma incoerência que o confunde, mas que o submete.
  • Isola você dos seus amigos e da sua família. Tem o poder de controlar com quem você fica e quando alguém pode dispor do seu tempo ou não. Decidirá por você, você será seu fantoche. Você já não é mais livre, e sim alguém que está submetido aos desejos e caprichos do outro.
  • As constantes ameaças fazem você sentir um temor constante. Pode ameaçá-lo dizendo que vai abandoná-lo ou com outras coisas que saiba que são a sua fraqueza.
  • A pressão emocional e sexual que exerce sobre você faz que você tenha um sentimento de culpa. Realmente, faz você se sentir culpado de algo que você não é. Em outros termos, consegue “virar a mesa” em praticamente qualquer situação.
Se alguma vez você se encontrou com alguém que tenha alguma destas características, provavelmente você esteve em contato com uma pessoa que maltrata psicologicamente.
Embora seja verdade que, em algumas situações, podem usar a força física se acharem que a pressão psicológica não é suficiente, a verdade é que não costuma ser algo que façam com frequência.
As marcas e os hematomas não se manifestarão na sua pele, e sim na sua alma.

Quero me livrar das suas pancadas invisíveis

A verdade é que é difícil ajudar ou que a pessoa se deixe ajudar quando está sendo maltratada psicologicamente. Para começar, ela mesma não saberá se está correta, nem se tem o direito de reclamar por isso. Os maus-tratos são tais que lhe farão pensar que é merecedora de tal situação, que não é boa pessoa e que merece tudo que lhe fizerem.
Aqui nos deparamos com uma autoestima totalmente destruída. Uma autoestima dilacerada, uma vida sem sentido, rodeada de dor, de medo e de necessidade de satisfazer alguém que constantemente lhe faz mal. Mesmo quando alguém é consciente de que está sendo maltratado psicologicamente, chega o momento de procurar ajuda e… surpresa! Onde você a encontra?
Os maus-tratos psicológicos são silenciosos por alguma razão. Como você prova que está sendo maltratado? Será a sua palavra contra a do outro, e ainda haverá muita gente cética que pensará que isso é coisa sua ou que você está ficando louco.
Também pode acontecer de mesmo sendo consciente de que o estão prejudicando, você deseje continuar e proteger essa pessoa que está lhe machucando. Quantas pessoas maltratadas defendem seus próprios agressores? Isto se chama “síndrome de Estocolmo“.
“Mas o que me preocupa são os outros maus-tratos, os que não deixam marcas na sua pele”
-Walter Riso-
É importante dizer que esta situação, embora seja sofrida em maior proporção pelas mulheres, também pode ocorrer com os homens.
O importante é saber identificá-la e, se a pessoa maltratada o desejar, ajudá-la se ela permitir ser ajudada. Às vezes, por mais que a gente queira, não há nada a fazer. O desgaste mental é tal que o agressor no fim consegue o seu verdadeiro objetivo, tornar o outro invisível.


Da vida quero o que é simples, mas de boa qualidade



Por Clara Baccarin

Da vida quero o que é simples, mas de boa qualidade.

Troco um jantar requintado por um arroz-feijão feito em casa refogado com muita cebola, alho e papo furado.

Gosto dos sentimentos simples, mas bem temperados. Do sorriso caseiro com uma pitada de pimenta. Das receitas simples de felicidade, fáceis de decorar, de seguir e de ensinar. Gosto de um canteiro de afeto cultivado no aparador da janela. Do cheiro acolhedor invadindo a casa e os corações. Das falas fáceis, da risada solta, dos medos guardados do lado de fora da porta de entrada.

Gosto de comer me reconhecendo nos sabores. De lembrar a riqueza que é apreciar sentimentos familiares. Gosto de me sentir em casa dentro de mim quando estou perto do outro.

O meu castelo é de fantasia, construído dentro da casinha simples do interior. Nele, as paredes não possuem muitos quadros, a cozinha não precisa de muitos apetrechos, os armários não guardam grandes segredos. Mas as janelas são amplas, boas de se perder a vista.

No meu lar não sei receber visitas ilustres, cheias de etiquetas, de pompas e de mistérios. Este lar é ‘pobre’, porém limpinho. Quem chega descalçando os sapatos é bem vindo. E também são bem vindos aqueles que se deixam invadir sem medo, daquele jeito ingênuo de quem nunca percebeu as segundas intenções do mundo. Aqueles que tratam até os estranhos como ‘de casa’. E eu, se preciso, jogo mais água no feijão para fazer render a amizade e a boa companhia.

É que aqui, os sentimentos são antigos, talvez até antiquados, cozidos em panela velha, devem ser resultado de receita de avó.

As tarefas da casa são simples, mas há de executa-las com carinho. Qualquer frescura pode ser substituída por uma boa dose de afeto. E no final do dia, uma mão lava a outra.
Às vezes as roupas sujas se acumulam num canto da casa, mas a gente perde um tempo e lava tudo aqui dentro mesmo, no dia seguinte fica tudo às claras outra vez. As mágoas vão para o ralo junto com a espuma do sabão de coco.

Da vida quero o que é simples mas de boa qualidade. Quero pessoas que trazem o que podem, mas se compartilham por inteiro e quando se afastam, carregam lembranças bem nutridas e corações satisfeitos.

9 maneiras de acalmar uma mente ansiosa


Alguns pensamentos ansiosos podem nos oprimir, dificultando a nossa capacidade de tomar decisões e lidar com os problemas. A ansiedade também pode nos tornar paranóicos, o que aumenta ainda mais a ansiedade, o que aumenta ainda mais a crença nos pensamentos negativos, e assim por diante. Mas como podemos sair deste ciclo vicioso? Reprimir os pensamentos ansiosos não irá funcionar, eles vão aparecer novamente e, às vezes, com mais intensidade.
A seguir, estão 9 estratégias para ajudar você a conseguir se desprender da ansiedade e seguir em frente:

1. Tente se Distanciar Cognitivamente

Tente ver seus pensamentos ansiosos como suposições, não fatos. Sua mente tenta prever o que vai acontecer numa tentativa de te proteger, mas só porque algo pode acontecer não significa que vai. Olhe a evidência de forma objetiva: Qual é a probabilidade de que realmente vai acontecer algo negativo? Existe algo de bom que pode acontecer em vez de algo ruim? E o que você acha que é mais provável que aconteça com base nas suas experiências do passado e outras informações que você tem sobre a situação?

2. Foque na Objetividade Cognitiva

Pare de se misturar com seus pensamentos. Pense neles como sendo dados que passam pela sua mente em vez de pensar neles como verdades objetivas sobre a situação. Nosso cérebro é hipersensível à ameaça e ao perigo, porque isso tem relação com a nossa sobrevivência na natureza. Alguns de seus pensamentos podem ser apenas reações condicionadas automáticas geradas por um cérebro treinado para sobreviver. Escolha se quer ou não acreditar nesses pensamentos em vez de apenas aceitá-los.

3. Pratique Mindfulness

Observe seus pensamentos em vez de reagir automaticamente a eles. Pense neles como nuvens que flutuam perto de você. Você quer atraí-los? Ou você quer fugir deles? Consegue perceber que existe uma maneira de você apenas observar seus pensamentos, em vez de reagir a eles?

4. Concentre-se na experiência direta

Sua mente cria histórias sobre quem você é, mas nem todas elas são precisas. Às vezes, nossa mente se deixa influenciar pelas experiências negativas do passado. Mas qual é a sua experiência no momento? Isto é algo que está realmente acontecendo ou algo que pode acontecer? Observe que o que está acontecendo e o que pode acontecer não são a mesma coisa, mas sua mente pode tratá-las como iguais.

5. Rotule as coisas

Rotule o tipo de pensamento que você está tendo, em vez de prestar atenção no seu conteúdo. Preste atenção neles e quando você observar um julgamento (por exemplo: quão boa ou ruim é a situação), vá em frente e a rotule como julgamento. Se você notar uma preocupação (por exemplo: que você irá falhar ou perder) rotule como preocupação. Se você estiver criticando a si mesmo, rotule como crítica. Isso faz com que você fique longe do conteúdo literal dos seus pensamentos e lhe dá mais consciência dos seus processos mentais. Você prefere gastar seu tempo se julgando ou se preocupando? Existem outros caminhos para julgar ou avaliar a situação?

6. Mantenha-se no Presente

Sua mente está regurgitando o passado? Só porque algo negativo aconteceu no passado não significa que vai acontecer novamente. Faça uma auto-análise sobre o seu conhecimento, sobre as circunstâncias e suas habilidades de enfrentamento para perceber o que mudou desde a última vez. Como adulto, você está mais preparado para escolher com quem se associar e tem mais capacidade de identificar, antecipar, ou sair de uma situação ruim do que quando você era uma criança ou adolescente.

7. Amplie a sua visão

Será que você não está se concentrando demais nos aspectos ameaçadores da situação em vez de ver todo o contexto? A ansiedade faz com que a nossa mente se concentre na ameaça imediata sem considerar tudo o que está envolvido. A situação é realmente tão importante como a sua ansiedade diz que é? Será que você ainda vai se preocupar com este problema daqui a 5 ou 10 anos? Se não, alivie a sua preocupação sobre o assunto.

8. Movimente-se

Se preocupar com um problema sem criar uma solução não vai ajudar você a resolvê-lo. Isso faz você ficar menos propenso a agir, alimentando ainda mais a sua ansiedade. Quando a sua mente estiver muito envolvida com pensamentos ansiosos, você pode interrompê-los se levantando e fazendo uma tarefa ou atividade diferente. Quando você se movimenta acaba tendo uma perspectiva diferente sobre o problema.

9. Decida se o pensamento é útil

Mesmo que um pensamento seja verdadeiro, não significa que ele seja útil e que você precisa se concentrar nele o tempo todo. Se apenas 1 em cada 10 pessoas vai conseguir o emprego que você quer e você persistir em pensar nessa probabilidade, poderá ficar desmotivado e até mesmo desistir. Este é o exemplo de um pensamento que é verdadeiro, mas, não é útil. Concentre sua atenção no que é útil e deixe o resto acontecer!

 Texto Original: Psiconlinews

FIBROMIALGIA: A DOENÇA DA ALMA.


Por Luziane Soprani

Um corpo sempre será para o sujeito uma “coisa” sua. Assim, para viver cada ser depende habitar um corpo. Desse modo, as paixões, afetos, ideias, são consideradas pelo princípio da filosofia clássica, a localização das mazelas humanas – mencionadas a partir de um corpo – como função de suporte necessário. A análise do corpo constitui uma relação de pertinência entre o existir e sua materialidade. Esse é o âmago de grandes questões que ultrapassam o tempo, a cultura, à vida, o nascimento, à morte e, também, um tema intrínseco à psicanálise: a sexualidade.

Nesse artigo abordaremos a dor física e psíquica sem causa orgânica. Enunciaremos aqui, uma síndrome que não se encontra causa orgânica específica – chamaremos de doença da alma. A síndrome cujas dores crônicas sem causalidade orgânica constatável, são fonte de sofrimento para pacientes e um desafio para os profissionais da medicina. Essa síndrome está localizada na fronteira entre a reumatologia e a patologia psicossomática, com comorbidades de transtornos e uma degradação da qualidade de vida no plano profissional, social e familiar.

A fibromialgia é uma síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo todo, principalmente, na musculatura. A síndrome cursa com sintomas de fadiga, intolerância ao exercício e sono não repousante – a pessoa acorda sempre cansada. Os médicos classificam a fibromialgia como uma síndrome, porque caracteriza um grupo de sintomas sem que seja identificada uma causa específica.
Não existe uma causa única conhecida para a fibromialgia, mas existem alguns sinais para identificá-la. Os estudos mais recentes mostram que pacientes com fibromialgia apresentam maior sensibilidade à dor do que outros que não têm a doença. Isso não está relacionado com o fato de se ser “forte” ou “fraco” com relação à dor. Na realidade, funciona como se o cérebro dos fibromiálgicos fosse uma bússola desregulada em que ativasse todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor. Sendo assim, nervos, medula e cérebro estariam fazendo que qualquer estímulo doloroso seja aumentado de intensidade.

A dor da fibromialgia é real. Existem estudos experimentais avançados mostrando o cérebro funcionando e os pacientes com fibromialgia sentindo dor. Também foram feitos estudos com o líquido que banha a medula e o cérebro (líquor) e foi visto que as substâncias que levam a sensação de dor para o cérebro estão de três a quatro vezes aumentadas em pacientes fibromiálgicos em comparação com pessoas sem o problema.

Tanto pacientes quanto médicos parecem entender melhor as causas de dor quando existe uma inflamação, um machucado, um tumor, que estão ali, visíveis, causando a dor. Na fibromialgia é diferente; se tirarmos um pedaço do músculo que está doendo e olharmos no microscópio, não encontraremos nada – porque o problema está somente na percepção da dor.

Dados epidemiológicos apontam uma maior incidência dessa entidade clínica em mulheres jovens, mas, não podemos deixar de abordar os homens, com muita sensibilidade a dor. A sociedade e muitos estudiosos insistem em proclamar que às mulheres são mais sofríveis que os homens, no entanto, sob o olhar de uma psicanalista, o sexo masculino sofre tanto como apontam o sofrimento do sexo feminino. Não podemos generalizar e racionalizar que o sexo feminino é mais suscetível do que o sexo masculino. Os homens ainda hoje, precisam omitir os seus sentimentos para não se mostrarem fracos. Isso é uma condição precária da observação humana.

Independente do sexo, existe nessa síndrome uma ausência de evidências na materialidade do corpo e a presença de fatores psicopatológicos dificulta o diagnóstico e tratamento. Face à diversidade e dos fatores envolvidos em determinadas síndromes. Faz-se necessário a indicação de uma abordagem multidisciplinar para um tratamento com resultados mais eficazes.

Nesse contexto, ao mesmo tempo em que os profissionais buscam uma cura para suas dores, os pacientes clamam pelo reconhecimento dessa síndrome que causa muito sofrimento.

DA PSICANÁLISE:

A sugestão é considerar a eventual função da fibromialgia na estruturação psíquica como solução subjetiva. Para o referencial teórico-clínico da psicanálise. A psicanálise fornece elementos para reflexões sobre a dor no corpo e seu lugar na psique.

A partir do estado atual das pesquisas sobre o tema – considerando a escassez de estudos no campo da psicanálise, o ponto nevrálgico para nós psicanalistas é podermos contribuir para uma abordagem da fibromialgia que sustente o relato da experiência de dor. Não temos à pretensão de pôr a fibromialgia a qualquer quadro psicopatológico, como a histeria ou a depressão – o foco da psicanálise é sublinhar a posição subjetiva – daquele que sofre em seu corpo essa dor “insuportável” para então, termos um diagnóstico junto os profissionais médicos no tratamento da fibromialgia.

O que a fibromialgia pode ensinar ao psicanalista? Acreditamos que, para além da doença, há um sujeito em questão e que o diagnóstico em psicanálise se produz a partir da posição que este ocupa frente ao seu sintoma. O que, para além da dor, do que o analisando diz, comporta um falar singular. Se na medicina o diagnóstico se alicerça nos fenômenos comprovados e numa probabilidade estatística, a psicanálise avança, para além dos fenômenos, os modos de enfrentar a singularidade do sofrimento. Da forma como a dor psíquica, implicada na dor física, faz com que a psicanálise avance na subjetividade dos casos sob o olhar clínico. A fibromialgia não pode ser igual para todos, mesmo que haja uma tipologia, uma peculiaridade sintomatológica na doença, o traço único dirá mais sobre aquele que sofre e sobre o uso que faz de sua dor.

O umbral de estimulação requerido para transformar um estímulo sensorial em uma possível ameaça está significativamente rebaixado na Fibromialgia, sendo uma das características principais do processo neurobiológico, que afeta de forma extensa todo sistema e pode converter informações subclínicas em sensações desagradáveis em diferentes partes corporais.” (Collado, A., 2008, p. 517-518).

DA EXISTÊNCIA DE ESTADOS DOLOROSOS CRÔNICOS:

A existência de estados dolorosos crônicos sem substrato orgânico, doenças da dor, é assinalada desde o século XIX. Dentre elas, a fibromialgia (FM), conhecida como fibrosite desde 1904 (Gowers, 1904), tem denominação bastante recente (Smythe e Moldofsky, 1977). Reconhecida pela OMS em 1992, sob a identificação M 79.7 na classificação internacional das doenças (CID), essa síndrome é definida como composta de dores músculo-esquelético acompanhadas, frequentemente, de transtornos do sono e fadiga. A partir dessa classificação, que lhe confere um estatuto de doença, o aumento do interesse sobre a fibromialgia repercute em numerosos estudos (Kahn, 1989; Kochman, 2002; Heymann, 2006; Saltareli, Pedrosa, Hortense e Sousa, 2008). No entanto, sua etiologia permanece obscura e parece remeter a uma origem multifatorial, sem que nenhuma causalidade orgânica tenha sido detectada (Sordet-Guepet, 2004).

A maioria dos textos e estudos sobre o tema indica a possibilidade de uma comorbidades psiquiátrica no que concerne à presença de transtornos de ansiedade e depressão. Sendo assim, apontam a adequação do recurso a tratamentos medicamentosos conforme cada caso é suas comorbidades. Digno de nota, a indicação de tratamento psicoterápico é mencionada no recente estudo brasileiro sobre o tema ao mesmo tempo em que os exercícios de alongamento e assimilados (Heyman et al., Idem). De todo modo, a indicação de uma abordagem multidisciplinar para o tratamento dos casos de fibromialgia parece consenso na maioria dos trabalhos da área médica, figurando tanto no recente estudo Consenso brasileiro do tratamento da fibromialgia (Heyman et al., Ibid) quanto no relatório da Academie Française de Médecine (Menkès e Godeaul, 2007).

Numerosos autores reconhecem o importante e até mesmo preponderante papel dos fatores psíquicos no surgimento da fibromialgia. Ao mesmo tempo, a maior parte deles, rejeitam a assimilação desta a qualquer doença psiquiátrica e somente o componente psicossomático é, em certos casos, evocado. Uma vulnerabilidade psicológica marcada pelo stress (Boureau, 2000), a tendência ao “catastrofismo”, à “victimização”, por vezes uma hiperatividade prévia, um contexto de tensão emocional constante, ansiedade e afetos depressivos vêm esboçar um quadro psicológico do paciente fibromiálgico. Todavia, sublinha-se que as relações de causalidade entre os sintomas psiquiátricos e a fibromialgia são difíceis de confirmar. (Menkès, Godeaul, 2007).

É possível que os transtornos encontrados na fibromialgia (fadiga, transtornos do sono, dores de cabeça, diminuição da atividade cognitiva) fazem observar os sinais de depressão, somando a uma síndrome dolorosa. Porém, não se encontram nem as ideias suicidas nem os elementos de desvalorização e autoacusações. Do mesmo modo, se os autores sublinham as relações inegáveis entre a fibromialgia e uma extensa lista de transtornos psicológicos, entre os quais a hipocondria, transtornos funcionais e somatoformes, o critério principal das dores difusas parece, entretanto, separá-los (Kochman, Hatron, 2003). Unicamente a comorbidades entre os estados de stress pós-traumático (SPT) e a fibromialgia, tanto em termos da expressão sintomática como no da anamnese (eventos traumáticos, violência, abusos sexuais etc.) parece confirmada no plano clínico. Geralmente, a fibromialgia inicia-se após um traumatismo psíquico (eventos recentes ou passados, situação prolongada de stress etc.) ou físico, por vezes mínimo (traumatismo, cirurgia, acidente de trabalho, de transito etc.).

Em muitos casos, as evidencias da doença através do diagnóstico pode permitir ao sujeito certo alívio. Na realidade, o reconhecimento da dor, abre a possibilidade de se ter à mão, como um prêt-à-porter, uma causa que fornece certo sentido aos males somáticos, mas também aos psíquicos. Graças a essa identidade adotada e caracterizada com o selo da fibromialgia, existe o des- prazer de sentir dores corporais, mas, porém, não necessita ser escondida ou omitida.

Na contrapartida às tentativas sempre sem definições e/ou de um diagnóstico exato para descrever um perfil típico do paciente fibromiálgico – correto será obter referências a uma psicopatologia sustentada na consideração do sujeito. Assim, não podemos proclamar que existe a “cura a qualquer preço”, mas pode-se, considerar a eventual função da fibromialgia na estruturação psíquica como solução subjetiva. Nessa ação “esperançosa,” (o médico, o psiquiatra, o psicanalista e/ou psicólogo) podem manter o dizer do sujeito em sua tentativa de esboçar uma teoria pessoal de sua doença. É um primeiro passo, uma via para permitir ao sujeito mudar ou, pelo menos, compreender sua posição face ao sofrimento sem remédio. Em alguns casos, esse pode ser um caminho para uma verdadeira mudança subjetiva, uma abertura para a interrogação sobre à maneira de se colocar no mundo, a singularidade de sua relação ao saber da realidade e lidar com sua condição, buscando viver melhor, sem prostração para não se tornar uma vítima da doença.

Texto Original: Luzianesoprane

O sucesso do fracasso


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Quem nunca parou um minuto na frente do espelho, olhou-se bem nos olhos e se perguntou “o que é que estou fazendo da minha vida?” ou quem já teve a sensação de olhar para o céu e perguntar – ou até mesmo ajoelhar-se no chão - “mas por que isso acontece comigo?”? Quem nunca sentiu-se definitivamente no fundo do poço pode considerar-se sortudo, mas se você, caro leitor, já se identificou apenas com o título do texto, sabe bem do que estou falando.

O fracasso é aquele coleguinha da escola que tira sarro de você pelo seu novo corte de cabelo que ficou estranho, é aquele arroz que ficou queimado justamente no dia de um jantar especial, é aquele lindo zero, marcado bem grande e de vermelho naquela prova que você estudou tanto, ou aquela promoção no trabalho que você jurava que ia ser sua, mas acabou perdendo. O fracasso pode vir de várias formas, sejam elas grandes ou pequenas – dependendo do seu ponto de vista. Mas uma coisa é fato, ele sempre esperará a melhor oportunidade para nos dar uma rasteira e nos fazer lembrar que a vida nem sempre é como a gente desejaria que fosse. Algumas pessoas recebem essa visita inesperada com mais frequência, outras nem tanto, e a gente acaba pegando amargura sobre tudo e o pessimismo tornar-se nosso amigo inseparável, mas calma, até a Samara conseguiu sair do fundo do poço.

E para conseguir chutar pra longe essa grande onda de derrotas, precisamos acreditar em nós mesmos. Sim, uma dica clichê, mas extremamente essencial. Com o tempo, paramos de acreditar que somos capazes e tudo tornar-se impossível, e “impossível” é uma palavra que não pode existir no vocabulário dos bem-sucedidos. Mantenha sempre a ideia de que tudo isso não passa de uma fase, ninguém vive de vitórias, e o fracasso é importante para aprendermos a lidar com nós mesmos e enxergarmos a causa do insucesso para não cometê-lo novamente. Lembre-se das pessoas que você ama e te amam, você não está sozinho no mundo, elas ajudarão a superar o momento difícil.

E, a melhor dica de todas, não leve tudo tão a sério. Não leve a vida a sério! Você verá que tudo ficará mais leve e aquele fracasso que você levava na bagagem, já não incomoda mais.

Como dizia Raul Seixas: “Tente outra vez!”, e quem sabe aquele corte de cabelo não fique bom, aquele arroz não saiu tão horrível assim, garantiu seu 10 em outra prova e outra oportunidade melhor de promoção no trabalho apareceu.

Tudo faz parte do plano mestre!

Texto Original: Obvious

7 DICAS PARA SABER QUANDO IR AO PSICÓLOGO




Será que eu devo procurar um Psicólogo?

Quando algumas coisas parecem não se “encaixarem” muito bem em sua vida, pode ser o caso de você considerar a ajuda de um profissional. O fato é que hoje o tabu de se procurar um especialista em saúde mental somente quando se acredita ter algum transtorno grave foi quebrado. Sendo assim, buscar manter o equilíbrio entre saúde física e mental/emocional, tem sido cada vez mais comum.
E como saber se é hora de procurar um Psicólogo? Talvez estas 7 dicas possam te ajudar:

1 – NINGUÉM ME ENTENDE
Às vezes nem mesmo seus amigos mais próximos te entendem. Parece que nenhuma conversa te mostra o caminho que você realmente poderia seguir, parece que, por mais que você explique, ninguém pode te compreender como você gostaria, sem julgamentos. Se não vê mais opção, tome coragem e procure a ajuda de um profissional.

2 – NADA PARECE “ANDAR”
Você sente que já fez de tudo, já tentou de tudo, mas nada dá certo, as coisas não vão para frente. Quando acreditar que já utilizou todos os artifícios, calma! Ainda faltam muitos!  Um profissional preparado como o psicólogo irá lhe auxiliar muito.

3 – ESTOU À “FLOR DA PELE”
Sente-se como uma bomba-relógio prestes a explodir a qualquer momento? Sente uma dor no peito e se altera por nada? Quando percebe, já “chutou o balde” por motivos que podem parecer mínimos? Pensar que não tem solução é normal, converse com alguém preparado.

4 – CADA DIA UMA DOR DIFERENTE
Definitivamente o corpo fala! A ansiedade e outras perturbações emocionais podem gerar distúrbios físicos. Você percebe que a cada dia surge uma nova dor, um novo desconforto? O equilíbrio exige mente e corpo sãos. Pode estar na hora de buscar a ajuda de um Médico ou Psicólogo, ou quem sabe, dos dois.

5 – NÃO TENHO VONTADE DE FAZER NADA
Ter esta sensação é normal, somos seres humanos. O que não é normal é ceder a ela. Somos seres para ficar de pé, em movimento! Deitar o dia inteiro não é produtivo. Procure ajuda, levante-se! O primeiro passo precisa ser dado.

6 – EU NÃO PRECISO DE PSICÓLOGOS
Você está certíssimo! Se está com a sua vida sob controle, consegue lidar perfeitamente com suas emoções, seus conflitos internos e externos é porque alcançou excelência, é estável. Mas se algo não estiver bem, sente que tem dificuldades com determinados relacionamentos ou situações, que algumas emoções parecem te dominar e fazer com que as coisas que fogem de seu controle lhe causem sofrimento, um profissional pode sim ajudar.

7 – NÃO TENHO TEMPO PARA ESSAS COISAS
Todos temos 24 horas por dia. Por que o dia de algumas pessoas parece render mais que o de outras? O que ocorre com o seu tempo, que nem tempo tem? Tem tempo para si mesmo? Se você mesmo não faz parte do seu planejamento, algo pode estar desalinhado, cuide-se!

Texto Original: Psicologiaacessivel

“Síndrome do Sofrimento Posterior”



Por

Sofro da “Síndrome do Sofrimento Posterior”. Lido bem com as situações de crise, desde que eu tenha liberdade suficiente para chorar depois. Na hora do acontecimento, mantenho a calma, raciocínio devagar, controlo a respiração, faço o que for preciso sem afobação.

Ajudo o doente, ligo para o hospital com a maior destreza do mundo. Aviso a família com a cautela que previne o susto. Passo o café. Escondo o tremor da voz. Atendo todas as ligações e conto a mesma história quinhentas e setenta e sete vezes com paciência de monge. Distribuo água, digo as palavras certas, acalmo os desesperados, consolo os tristes e fico atenta a cada movimento do doente até o socorro chegar. Cumpro todas as etapas com louvor. Os braços se multiplicam para alcançar os que choram ao meu lado. Dissolvo as lágrimas de tanto apertá-las contra as paredes da retina. Não posso me desmanchar antes de receber a notícia de que tudo não passou de um susto, e que agora já é possível desembrulhar os cobertores e dormir em paz.

O paciente recebe alta, se liberta das gazes, das parafernálias que o prendem ao soro e eu sento e choro desesperadamente. Choro o susto atrasado, sofro com as lágrimas que amarrotaram as faces dos amigos, com os olhares apreensivos na sala de espera.

Sofro o déjà-vu da notícia, o flasback do sinistro, mesmo sem querer. Sem programar. Sem procurar por isso. A repetição é automática. Por mais que eu me previna tentando não ceder, dou de cara com a reconstituição da quase tragédia. O susto de antes vira o fantasma de agora, e não consigo dar corda na noite. Sonhar é impossível. Cochilo e lá vem o “making of” do filme ruim, a lágrima desce espessa e o soluço acompanha o cortejo do sofrimento posterior. Vejo todos os rostos envolvidos voltando para casa depois do dia difícil. As vozes se despedindo calmas, os abraços cercando os corpos e as carícias adornando os adeuses. O meu quarto vira ala de hospital; ouço o barulho das macas no corredor, as conversas das enfermeiras que cochicham sobre a medicação do paciente do quarto x…. tudo se agiganta dentro da minha mente insone.

Ouço todos os sons com uma nitidez absurda. A dor do paciente que precisa de remédio para adormecer afugenta meu sonho. Consigo ouvir o soro pingando. Sofro por ele, aquele senhor que ficou sozinho. Penso naquela moça que ia fazer o exame decisivo. Será que alguém da família apareceu para acompanhá-la? E se ela não tiver ninguém? Recupero todas as fisionomias, os prontuários de todos os pacientes.

Fico impaciente por só poder rebobinar os eventos e não ter acesso à edição. Quero eliminar as dores, botar uma alegria bonita no rosto daquela gente que só conheci de passagem, mas que deixou em mim dores de uma vida inteira.

Sei que o sofrimento transitório me faz pensar nos que o tem diariamente, como um membro do qual não podem se livrar. O dia amanhece lento, manchado com a agonia da noite anterior. Aos poucos, os uniformes brancos vão se dispersando no clarão que invade a janela, as lágrimas secam no varal do meu rosto cansado. Os dias sacodem as memórias hospitalares. Começo a “Campanha de Prevenção contra novos Sustos”, e tento, na medida do possível, aguardar com serenidade que nada mais aconteça.

Texto Original: Contioutra

Seja gentil com as chances que a vida oferece


Por

E são milhares, todos os dias, o tempo todo. A cada instante que decidimos por isto ou por aquilo, estamos usando uma chance. E tudo pode dar certo, mas também pode não dar. Assim é, as chances são nossas, desenrolar e resultado do uso de cada uma, já depende de um monte de circunstâncias.

Não vale mais culpar as chances que a vida oferece só porque não funcionaram como foram arquitetadas. Pegar uma chance é pegar as rédeas de um cavalo que só terá direção, velocidade e destino, conforme o comportamento de quem o guia.

Algumas chances são traiçoeiras, brincalhonas, inconsequentes. É preciso ter atenção. Outras chances são brilhantes, únicas, justas na intensidade e tamanho. Essas, podem ser agarradas com paixão.
Outras ainda, são mensageiras de outras que ainda virão, se o caminho estiver livre, se forem bem-vindas, se forem desejadas. É necessário delicadeza e respeito.

As chances estão por aí, para o lado que virarmos haverá sempre uma, mas nenhuma responsabilidade por ser atribuída a uma chance. Elas simplesmente estão. Tocá-las, se apoderar delas, rejeitá-las ou ignorá-las, é escolha assumida e individual.

As que nos levam a caminhos perigosos, a terras e atos que deveriam ser evitados, essas são as que merecem mais gentileza e consideração, já que são as que acendem as luzes do bom senso e discernimento em nós.

Não há chance boa ou ruim, assim que não há acordo bom ou ruim. Tratado é tratado, não é caro nem barato. Quem não gosta de pimenta, que jamais peça um acarajé quente!

Assim são as chances, disponíveis e apetitosas, mas cada qual que pegue a que mais lhe convém, use-a gentilmente, trate-a amigavelmente e retribua honestamente.

Texto Original: Contioutra

Estes 7 hobbies deixam seu cérebro mais rápido e inteligente.


Todas as partes do nosso corpo envelhecem, inclusive o cérebro. Entretanto, neurocientistas descobriram que é possível atrasar esse processo.
Em alguns casos, é possível até reverter o envelhecimento do cérebro através de atividades específicas.
Um dos melhores jeitos de fazer isso é através de hobbies, ou seja, atividades que nos deem prazer. Aqui estão 7 exemplos que a ciência destaca.

1. Leia qualquer coisa que você goste

Não importa se você gosta de jornais ou prefere histórias em quadrinhos.
Ler estimula o crescimento de neurônios à medida em que nós absorvemos informações. Isso porque a leitura ativa partes do cérebro ligadas à resolução de problemas, identificação de padrões e interpretação de linguagem e sentimentos.
Além disso, ler estimula a memória. E até mesmo quem lê muito rápido tem benefícios: a leitura dinâmica ajuda a aumentar as sinapses, já que o cérebro precisa processar informações rapidamente.
Quanta coisa, né?
E olha que boa notícia: enquanto você lê este texto, seu cérebro já está ficando um pouquinho mais jovem.

2. Aprenda a tocar um instrumento musical

Tocar um instrumento aumenta o volume de matéria cinzenta e faz conexões neurais entre os dois hemisférios do cérebro.
Por esta razão, o aprendizado musical precoce permite que as crianças melhorem em diversos aspectos, da matemática ao desenvolvimento de pesquisas.
De uns tempos para cá, os cientistas têm percebido que os benefícios não são só para as crianças. Adultos de todas as idades podem evoluir com a música.
E não se preocupe se você não quer tocar violão, teclado, saxofone ou bateria. A voz também é um instrumento e qualquer pessoa pode praticar.

3. Pratique exercícios regularmente

Atividades físicas produzem a proteína BDNF na corrente sanguínea.
Como o sangue viaja através do cérebro, as células absorvem esta proteína que é responsável pelo aumento de memória e foco.
Uma das experiências mais interessantes nesse sentido foi um teste de memória aplicado em dois grupos. Um grupo se exercitou antes do teste e o outro não.
Os resultados do teste do grupo que se exercitou foram esmagadoramente melhores. Os participantes foram capazes de se concentrar nas fotos e lembrar delas após um momento de espera.

4. Aprenda um novo idioma

Várias áreas do cérebro são usadas para entender um som, dar significado a ele e formular uma resposta.
Pessoas bilíngues têm mais massa cinzenta na área responsável por idiomas e desenvolvem a habilidade de se concentrar em mais de uma tarefa ao mesmo tempo.
Em experimentos, mais uma vez os cientistas começaram observando as crianças. Aquelas que cresceram falando mais de um idioma em casa ou na escola mostraram mais atividade nas partes do cérebro ligadas ao raciocínio,planejamento e memória.
E, novamente, as pesquisas atuais apontam que esses benefícios se aplicam a pessoas de qualquer idade.

5. Aposte na aprendizagem “cumulativa”

Aprendizagem cumulativa é definida como o processo de adicionar novas camadas de informações sobre algo que já sabemos.
Difícil de entender? Bom, aí vai um exemplo bem prático: a matemática.
Nela, crianças aprendem primeiro as operações fundamentais. Em seguida, aprendem como usar essas operações para resolver problemas. Depois aprendem álgebra, e assim por diante.
As pesquisas mostram que se a gente continuar exercitando essas aprendizagens, podemos aguçar a memória, melhorar nossa resolução de problemas e evoluir nas atividades relacionadas à linguagem.

6. Exercite seu cérebro com jogos e quebra-cabeças

Nosso cérebro é muito semelhante a computadores e músculos.
Quanto mais informações inserimos nele, mais funções ele pode realizar. E quanto mais ele é exercitado, mais forte fica.
Inclusive, “plasticidade cerebral” é um termo usado para se referir às novas conexões que são continuamente criadas quando nos forçamos a absorver informações, raciocinar e lembrar de algo.
Palavras cruzadas, atividades de pensamento dedutivo, jogos estratégicos como o xadrez ou até mesmo alguns jogos de vídeo, forçam o cérebro a receber novas informações e fazer novas conexões.

7. Pratique meditação ou yoga

Meditação já deixou de ser vista como “aquilo que os budistas ou monges fazem”.
A ciência mostra que quem medita tem mais foco e controle sobre os pensamentos, mesmo quando não está meditando.
Nos idosos, a meditação ajuda a manter uma quantidade maior de massa cinzenta. Já as crianças que têm problemas de comportamento costumam melhorar bastante quando começam a meditar.
Pelo jeito, a meditação é ótima para todas as idades. Os benefícios são inúmeros!
Aliás, todos os 7 hobbies que citamos são fáceis de incorporar no dia a dia. E nada melhor do que cuidar do cérebro enquanto você faz algo prazeroso, não é mesmo?

Texto Original: Contioutra

Qual é o melhor horário para tomar café?


Por

Café para acordar pelas manhãs, café para não dormir depois do almoço, café para dar uma energia extra no fim do expediente. Ou café por café. Toda hora é hora. Só não é quando não é. Entende? Bem, a ciência explica melhor.

Você e eu (e a maioria dos bichos) somos guiados por ciclos circadianos, que funcionam como um relógio biológico que nos diz quando devemos comer ou dormir, por exemplo. É capaz de alterar nosso humor e comportamento do organismo. E também o modo como as drogas, tipo o café, entram em nosso corpo. A culpa é dos hormônios, regulados por estes ciclos.

Quer ver só como funciona? Imagine um desses dias em que você acorda louco para tomar um café. Toma logo duas xícaras, às oito da manhã. E ainda assim não sente o efeito da cafeína. Isso tem uma explicação: geralmente entre oito e nove da manhã, orientado pelo relógio biológico, seu corpo produz muito cortisol, hormônio relacionado ao estresse. E isso deixa você num estado de alerta. Aí o café, que causa esse mesmo efeito, não faz a menor diferença. É como se seu corpo criasse uma resistência à droga, já que ela não é necessária.

Portanto, os melhores horários para tomar café são aqueles em que os níveis de cortisol no corpo estão em baixa. Fuja destes horários: entre oito e nove da manhã, meio-dia e uma da tarde, e cinco e meia e seis e meia da tarde – são, em geral, os momentos de pico do cortisol. Em qualquer outra hora (tipo às 10h ou às 14h), as chances de sentir os efeitos do café parecem maiores. Aproveita!

Texto Original: Superinteressante

Música clássica pode ser usada para evitar crises convulsivas



Por Vilhena Soares

Pérolas de Mozart ou de Bach para amenizar a epilepsia. É o que sugere um estudo apresentado na 123ª Convenção Anual da Associação Psicológica Americana, no Canadá. Os pesquisadores mostraram que o cérebro de pessoas com a enfermidade neural fica mais ativo ao “ouvir” música clássica do que o de não epiléticos. O efeito protetivo ainda não foi totalmente destrinchado, mas os cientistas acreditam que a descoberta pode ajudar a evitar principalmente as crises convulsivas.

A ideia do experimento surgiu com base em mecanismos semelhantes da doença e do processamento cerebral da música. “Aproximadamente, 80% dos epiléticos têm a do lobo temporal, e a música é percebida nessa mesma região. Queríamos ver se e como as pessoas com esse tipo da doença sincronizam sua atividade neural com a música”, explica ao Correio Christine Charyton, professora-assistente de neurologia no Ohio State University Wexner Medical Center, nos Estados Unidos, e uma das autoras do trabalho.

A equipe utilizou um eletroencefalograma, aparelho capaz de visualizar minuciosamente o cérebro, para observar a reação de 21 pacientes com epilepsia e pessoas saudáveis enquanto ouviam músicas clássicas. As sinfonias foram tocadas com intervalos de 10 minutos de silêncio para que fosse possível comparar as duas situações e as reações dos participantes.

Como resultado, observou-se que o nível das ondas cerebrais de todo o grupo aumentava quando eles ouviam as músicas. E o mais interessante: a atividade neural dos epiléticos era maior ainda no momento das sinfonias. “Ficamos surpresos.Trabalhamos com a hipótese de que a música seria processada no cérebro de forma diferente do que o silêncio. Nós não sabíamos se isso seria o mesmo ou diferente para os epiléticos”, conta Charyton.

Para a autora, a constatação ajuda a entender melhor como funciona a epilepsia, um conhecimento a ser utilizado em tratamentos futuros para evitar ataques provocados pela doença. “Pessoas com a doença sincronizam mais as canções no lóbulo temporal. Isso pode ser útil, uma vez que o cérebro pode sincronizar com a música e não provocar uma convulsão. Nossos pacientes não têm convulsões quando escutam a música”, detalha a autora.

Mais estudos

Apesar de o estudo norte-americano ter trazido esperanças para o aperfeiçoamento de técnicas de tratamento da epilepsia com base em novas informações sobre a atividade neural dos pacientes, os autores destacam que muito ainda precisa ser estudado para que os dados possam ser usados. “Acredito que entender melhor como o cérebro reage à música fará com que, futuramente, possamos pensar nela como uma possibilidade de intervenção, não sozinha, mas incorporada a técnicas já utilizadas”, adianta Charyton.

Christian Muller, especialista em neurologia infantil e médico do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, acredita que o trabalho é interessante, mas ainda precisa responder a mais perguntas. “O que eles mostram é uma alteração na onda cerebral que leva à convulsão, porém não tem como prever como serão essas alterações. Precisamos de mais pesquisas para saber como isso pode ser usado em tratamentos, de que modo traria resultados para evitar as convulsões”, destaca.
Muller também frisa que estudar a música e o efeito dela no organismo pode render muitos frutos, principalmente para resolver problemas relacionados ao cérebro. “Fica difícil definir essa pesquisa como boa ou ruim, mas o estudo é interessante principalmente por abordar esse tema que tem sido bem explorado na área médica, a musicoterapia. Trata-se de um recurso rico, utilizado também em tratamentos para dor” exemplifica.

Efeito contrário
Adelia Henriques Souza, coordenadora do Departamento Científico de Epilepsia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), destaca que a pesquisa precisa considerar a música também como um fator desencadeante das convulsões. “Não tem como dizermos que esse estímulo melhore as crises, já que muitas delas são causadas pelas próprias canções. É difícil estabelecer uma melhora justamente pela quantidade variada de causa das convulsões, provocadas até pelo ato de comer”, justifica.
Souza frisa ainda que existem muitos tipos de epilepsia além da tratada pelos cientistas — eles analisaram a causada por problemas no lobo temporal e que acomete principalmente os adultos. “As crianças mesmo não apresentam esse subtipo. Temos também a do lobo frontal, a do lobo parental, os locais variam bastante”, diz.

Testes com maconha
Um estudo realizado por pesquisadores do Programa Global de Epilepsia em Denver Health, nos Estados Unidos, mostrou que a maconha pode auxiliar no tratamento da epilepsia. Os cientistas acompanharam uma mãe que medicou a filha com canabidiol. A menina sofria de síndrome de Dravet, uma epilepsia severa da infância. A substância reduziu o número de convulsões de 50 para duas ou três por mês e foi utilizado combinada com medicamentos antiepilépticos. Um trabalho da mesma equipe mostrou que o THC — principal composto psicoativo da erva — apresentou melhoras em convulsões em animais.

Outra opção testada também por pesquisadores norte-americanos baseou-se no uso da estimulação cerebral profunda (ECP). Um dispositivo implantado cirurgicamente nos pacientes emite impulsos elétricos no núcleo anterior do tálamo (NAT), área cerebral ligada à propagação das convulsões. Os testes mostraram resultados positivos, reduzindo a quantidade de crises em pacientes resistentes a medicamentos antiepilépticos.

A ingestão de medicamentos é um dos principais tratamentos da doença. Eles ajudam a diminuir a atividade anormal das células nervosas, reduzindo a quantidade de crises. Outra alternativa é a cirurgia para a remoção do foco epiléptico, local em que as convulsões são desencadeadas.
Indicações diversas

A música foi utilizada para tratamentos médicos há muito tempo. Um famoso filósofo muçulmano chamado Avicena, que viveu entre 980 e 1037, prescrevia aos seus pacientes canções, em vez de opiáceos, para aliviar a dor. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu há 15 anos a musicoterapia como uma atividade importante em centros de saúde, com indicação para aplicação em diversas especialidades.

Um estudo conduzido por cientistas da American Music Therapy Association, nos Estados Unidos, mostrou que, dependendo do ritmo, a respiração, a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos podem se tornar mais lentos ou rápidos, o que ajuda a relaxar ou agitar os humanos. Como mexe com o sistema límbico, centro responsável pelas emoções, a música pode contribuir para a socialização e o aumento da endorfina. Por isso, é indicada para o combate de problemas como estresse e ansiedade. 

Texto Original: Saudeplena

Ler poesia é mais útil para o cérebro que livros de autoajuda


por

Você já podia imaginar, mas agora está evidenciado cientificamente: ler poesia pode ser mais eficaz em tratamentos psicológicos do que livros de autoajuda. E mais: textos de escritores clássicos como Shakespeare, Fernando Pessoa, William Wordsworth e T.S. Eliot, mesmo quando de difícil compreensão, estimulam a atividade cerebral de modo muito mais profundo e duradouro do que textos mais simples e coloquiais.

Um texto já publicado pela agência EFE, mas que poderia ser revisto, afinal estamos comentando sobre a velha história da análise crítica sobre Literatura tida como de qualidade e a Literatura tida como de entretenimento, e mais, auto-ajuda: a leitura de obras clássicas estimula a atividade cerebral e ainda pode ajudar pessoas com problemas emocionais, diz estudo.

Ler autores clássicos, como Shakespeare, Fernando Pessoa, William Wordsworth e T.S. Eliot, estimula a mente e a poesia pode ser mais eficaz em tratamentos do que os livros de autoajuda, segundo um estudo da Universidade de Liverpool.

Especialistas em ciência, psicologia e literatura inglesa da universidade monitoraram a atividade cerebral de 30 voluntários que leram primeiro trechos de textos clássicos e depois essas mesmas passagens traduzidas para a "linguagem coloquial".

Os resultados da pesquisa, antecipados pelo jornal britânico "Daily Telegraph", mostram que a atividade do cérebro "dispara" quando o leitor encontra palavras incomuns ou frases com uma estrutura semântica complexa, mas não reage quando esse mesmo conteúdo se expressa com fórmulas de uso cotidiano.

Esses estímulos se mantêm durante um tempo, potencializando a atenção do indivíduo, segundo o estudo, que utilizou textos de autores ingleses como Henry Vaughan, John Donne, Elizabeth Barrett Browning e Philip Larkin.

Os especialistas descobriram que a poesia "é mais útil que os livros de autoajuda", já que afeta o lado direito do cérebro, onde são armazenadas as lembranças autobiográficas, e ajuda a refletir sobre eles e entendê-los desde outra perspectiva.

"A poesia não é só uma questão de estilo. A descrição profunda de experiências acrescenta elementos emocionais e biográficos ao conhecimento cognitivo que já possuímos de nossas lembranças", explica o professor David, encarregado de apresentar o estudo.

Após o descobrimento, os especialistas buscam agora compreender como afetaram a atividade cerebral as contínuas revisões de alguns clássicos da literatura para adaptá-los à linguagem atual, caso das obras de Charles Dickens.

Texto Original: Obvious

sexta-feira, 29 de abril de 2016

O poder de um sorriso


Uma criança ri até 400 vezes por dia, no entanto, o adulto mais alegre não excede 100 vezes e a média fica entre 20 e 30 vezes. Conforme envelhecemos o riso e o sorriso desaparecem das nossas vidas, apesar dos benefícios que trazem, e aprendemos a fingir em vez de mostrar a nossa tristeza.
Muitas vezes escondemos nossos sentimentos sob um sorriso dizendo que nada aconteceu, quando na verdade estamos tristes. Não nos atrevemos a explicar porque e acreditamos que é mais fácil sorrir do que explicar nossa tristeza para as outras pessoas.
“Eu acredito que o que chamamos de beleza reside unicamente no sorriso”.
-León Tolstoi-
Mesmo antes do nascimento os bebês sorriem. De acordo com uma equipe de cientistas japoneses que, em 2012, gravou durante 62 minutos 31 fetos através de uma técnica de ultrassom, eles sorriram 51 vezes, com uma duração média de 3,21 segundos. Dessa forma, foi demonstrado que sorrimos mesmo antes de nascer.

Como identificar um sorriso falso que esconde tristezas

Ao longo do tempo foram realizados vários estudos sobre este assunto. Em 1862 o neurologista francês Duchenne de Boulogne realizou um estudo que concluiu que um sorriso falso movimenta apenas os músculos da boca e dos lábios, enquanto um sorriso sincero ativa também os músculos ao redor dos olhos.
Em 1973 o psicólogo Paul Ekman realizou uma experiência que mostrou 30 fotografias dos rostos de 14 pessoas de diferentes culturas expressando seis emoções primárias (alegria, medo, surpresa, tristeza, raiva e desgosto) e concluiu que as emoções, especialmente a alegria, foram associados da mesma forma pela maioria dos participantes.
Em 2012 os cientistas do Instituto de tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram um sistema para distinguir um sorriso falso de um verdadeiro. Para fazer isso, pediram que um grupo de voluntários fingisse frustração e depois preenchesse um formulário online, feito especialmente para causar frustração (depois de preencher os campos necessários e clicar em “Ok”, toda informação era apagada). No final, era exibido um vídeo de um lindo bebê.
No primeiro caso, quando fingiram frustração, 90% dos participantes não sorriram. No segundo caso, apesar de estarem decepcionados, muitos sorriram e, finalmente, com o vídeo do bebê, a maioria sorriu. A diferença é que o sorriso de frustração é mais instantâneo que o da alegria.
Além disso, os músculos envolvidos são diferentes. De fato, nos sorrisos verdadeiros os músculos que levantam as bochechas e enrugam ao redor dos olhos se movimentam.
“O riso é extremamente relaxante, é uma grande meditação. Se você pode rir de tudo, entra em um espaço de não-mente, de não-tempo. A mente vive das expectativas, o riso não é deste mundo, ele é divino”.
-Osho-

O que escondemos por trás de um sorriso

Por trás de um sorriso falso escondemos motivações diferentes. Uma das mais comuns é o medo de mostrar nossos sentimentos quando estamos tristes ou nos sentimos mal. Nessas situações nos sentimos vulneráveis e o fato de mostrarmos nossos sentimentos é mais complicado do que apenas sorrir.
Às vezes o nosso sorriso oculta a nossa tristeza para não machucar a outra pessoa. Nós não percebemos que esse sorriso falso nos trai e pode prejudicar a nós mesmos e a outra pessoa.

O poder de um sorriso sincero

Desde muito pequenos aprendemos que o sorriso tem poder e causa um efeito positivo sobre as pessoas. Um bebê interpreta o sorriso do seu pai ou da sua mãe como um sinal de confiança, de que fez tudo certo ou de que não há nenhum perigo. Neste sentido, em 1957 foi realizada nos Estados Unidos uma experiência onde foram colocados vários bebês na borda de uma superfície transparente, elevada até determinada altura, chamado de “Rochedo Visual”.
“A vida é cheia de solidão, miséria, sofrimento, tristeza e, no entanto, acaba muito rápido”. 
-Woody Allen-
As crianças tinham a sensação de que se andassem sobre a superfície transparente cairiam no vazio. No outro extremo estavam suas mães; algumas sorriam e outras não. Aquelas que sorriram conseguiram que seus filhos vencessem o medo e atravessassem a superfície transparente. As crianças cujas mães não sorriram optaram por não cruzar essa área.
Além disso, entre homens e mulheres adultos, o sorriso tem um grande poder. Em 2001 foi realizado um estudo que comprovou que as pessoas são 10% mais propensas a confiar em quem sorri. Finalmente, em 1985, foi demonstrado que as mulheres sorridentes aumentam a seu poder atração sobre os homens em 40%.

Texto Original: Amenteemaravilhosa

Tem um chefe narcisista? Veja 5 dicas para ter uma boa convivência


Você já tentou falar com seu gerente sobre um projeto qualquer só para ele parar de falar sobre um prêmio que ganhou anos atrás? Esse tipo de situação acontece com frequência no seu local de trabalho?

"Trabalhar para um chefe narcisista é como andar em uma grande montanha-russa enquanto os seus olhos estão vendados", afirma Teri Hockett, CEO do What's for work?, site de carreira para mulheres. "Você pode ser a melhor pessoa do mundo em um momento e em seguida está recebendo toda a culpa".

Um verdadeiro narcisista não assume a responsabilidade por qualquer resultado negativo e sempre vai evitar quem o desafia ou não vai respondê-los da maneira correta.

E como conviver com um chefe narcisista que não escuta os subordinados e não aceita ideias? Como lidar com a vaidade e o ego do superior? O Business Insider, site norte-americano de carreiras, listou 5 dicas para ter uma boa convivência com o gestor:

1) Reconheça os traços narcisistas
Quanto mais rápido o profissional identificar o traços narcisistas do chefe, mais fácil será para conter os danos, segundo Teri Hockett.
Gestores que exigem admiração excessiva, falam mais do que escutam, não têm empatia, exteriorizam a culpa e nunca assumem seus próprios erros e nunca aceitam ser desafiados são exemplos de narcisistas.

2) Mantenha distância
Segundo Teri, o colaborador não deve ficar emocionalmente envolvido com a chefia. "O funcionário deve ser profissional e resguardado. Ele também não deve compartilhar muitas informações que poderão ser usadas contra ele mesmo no futuro", aconselha.

3) Estabeleça limites
O profissional deve determinar quais formas de tratamento são aceitáveis e quais não são. Com o limite estabelecido, ele deve ter coragem para falar quando a linha for cruzada. Ele pode se manifestar diretamente com o chefe e até mesmo com instâncias superiores, se necessário.
"Eu respeito seu ponto de vista, mas também tenho o meu", é uma forma de se posicionar de uma maneira sucinta e profissional.

4) Seja respeitoso e cauteloso
O profissional narcisista pode ter muitas mudanças de comportamento e de tratamento com os subordinados e colegas. "Entenda que os ventos mudam rapidamente e que você pode ficar por baixo a qualquer momento", ressalta Teri. Segundo ela, o profissional pode documentar todas as conversas.

5) Evite fofocas
Existe uma grande probabilidade de o profissional não ser o único que se sente estressado e desrespeitado pelo chefe, mas falar sobre isso com outro colegas e reclamar não é a melhor opção.
Segundo Teri, a fofoca "caminha" por todo o ambiente de trabalho e a última coisa que o profissional quer é que o chefe narcisista acabe ouvindo o que pensam dele.

Texto Original: G1